A cadeia do milho em agosto teve marcos importantes. Além de expressivos avanços nas exportações brasileiras, as atenções se voltaram para os EUA, especialmente sobre as condições das lavouras e um impasse entre o país norte-americano e a China, um dos principais compradores de milho do mundo. No artigo de hoje, vamos abordar estes temas e trazer alguns pontos de atenção sobre a cadeia global de milho para o mês de setembro. Vamos lá?

China deve iniciar importação do milho brasileiro ainda em 2022

A China, um dos principais compradores de milho do mundo, sinalizou que as importações do cereal brasileiro devem ser iniciadas ainda em 2022, sem que sejam exigidos protocolos sanitários.

A importação do milho brasileiro é um reflexo das tensões recentes entre os chineses e os norte-americanos, especialmente a que envolve Taiwan.

A partir de 2023, o acordo comercial entre o Brasil e o gigante asiático exigirá atualizações constantes de informações como defensivos químicos utilizados, manejo de doenças e outras informações que assegurem a qualidade e procedência do milho brasileiro que será embarcado rumo ao oriente.

Seca nos EUA piora as condições das lavouras de milho

São tempos difíceis para os produtores norte-americanos de milho. Além do impasse com a China sobre as negociações do cereal, as condições das lavouras também preocupam e agitam o mercado internacional. Segundo dados do departamento norte-americano de agricultura, até o dia 21 de agosto, as condições dos campos estavam em 12% com status excelente e 43% boas, o que evidencia uma leve inferioridade neste ciclo, uma vez que no ano passado os dados eram de 14% e 46% para os mesmos indicadores.

Exportações brasileiras seguem crescendo

O avanço da colheita do milho no Brasil refletiu em um grande salto nas exportações: foram 4,12 milhões de toneladas do cereal exportados, que representam +107% em comparação ao último ano. Além do volume exportado, a receita também cresceu: de 398,7 milhões de dólares para 1,15 bilhão de dólares.

5 pontos de atenção para a cadeia do milho em setembro

Para auxiliar o produtor nas tomadas de decisão no mês de setembro, separamos 5 pontos de atenção sobre a cadeia do milho, sendo eles:

• Finalização da colheita de milho 2 ª safra no Brasil: estamos com as operações quase concluídas no país. Este é o momento de realizar o balanço dos números e avaliar também questões como progresso de comercialização e destinação do cereal.

• Decisões de plantio e estimativas do milho em 2022/23: com os olhos já voltados para a próxima safra, vamos acompanhar quais serão as decisões dos produtores quanto a opção de cultivo e como isto irá impactar a área plantada.

• Clima nos próximos meses para planejamento de plantio: o timing de plantio das culturas de verão, especialmente a soja, é um dos principais fatores de sucesso para a cadeia do milho. Na safa 2020/21, por exemplo, o atraso da colheita da soja atrasou o plantio do milho segunda safra e trouxe prejuízos aos produtores.

• Comportamento das exportações brasileiras de milho: resultado da melhor oferta de milho este ciclo, a alta demanda global, e os preços elevados no mercado internacional, a tendência é que exportemos mais milho este ano. Algumas consultorias já falam em 30 milhões de toneladas, 10 milhões a mais do que o registrado em 2021.

• Contexto geopolítico global e político econômico no Brasil: por fim, seguir acompanhando as tensões globais (Rússia x Ucrânia, EUA x China e outros), a crise energética na Europa e demais fatores em nível internacional, além de olhar para a política e economia no Brasil. Em setembro, começa o mês pré-eleições, onde as discussões devem se intensificar e poderemos começar a entender possíveis impactos no setor.

Neste artigo, reunimos o que aconteceu de mais relevante na cadeia de milho em agosto. Continue aqui no blog para acompanhar outras informações sobre o cereal. Além disso, você pode seguir a nossa página no Instagram para ter acesso a outros conteúdos sobre a marca especialista em sementes.

Fonte

Prof. Marcos Fava Neves, Vinícius Cambaúva e Markestrat Group.