A cadeia do milho em outubro foi marcada por diversos fatos e fatores que merecem a atenção do produtor do cereal. No artigo de hoje, vamos trazer dados sobre a safra 2022/23 que está começando no Brasil, informações sobre a safra ao redor do mundo, como previsões de produção, consumo e estoques, além das exportações que seguem batendo recordes.

Fatos sobre a cadeia do milho em outubro

Em meados de setembro e início de outubro, a Comissão Europeia reduziu a previsão para a colheita de milho nos países que compõem o bloco. Isso é reflexo da seca que assola diversas regiões do velho continente. Com o reajuste, a previsão de produção foi de 59,3 para 55,5 milhões de toneladas, o menor valor em 15 anos. Os países responsáveis pela retração foram: Bulgária, Alemanha, Croácia, Hungria, Romênia e Eslováquia.

Para os produtores brasileiros, outubro foi marcado por boas notícias. A primeira estimativa divulgada pela Conab aponta para uma safra recorde de grãos em solo tupiniquim, com a oferta do milho 12,5% superior frente à safra que se encerrou recentemente. Outro ponto que chama a atenção é na produção de etanol de milho: o biocombustível à base de cereal teve um acréscimo de 27,02% em 2022, ultrapassando 2 bilhões de litros produzidos.

Fenologia das lavouras de milho na safra de verão 2022/23

 A primeira safra de milho referente ao ciclo 2022/23 já começou. Ao analisarmos a escala nacional de plantio, podemos ver que, até o dia 10 de outubro, 27% dos campos foram semeados.

A fenologia das lavouras nos principais estados produtores de milho no Brasil começa a avançar. Dos campos semeados, 79,1% estão em estádio de emergência e 20,9% em desenvolvimento vegetativo. Confira abaixo a evolução por estado e a média nacional:

Projeções de outubro para a produção global de milho na safra 2022/23

As primeiras projeções da safra 2022/23 apontam para uma ligeira redução no volume global de produção. O relatório do USDA prevê a produção próxima de 1,17 bilhão de toneladas. Uma redução de 4% em comparação à safra 2021/22.

Nos EUA, principal país produtor de milho do mundo, a previsão é de uma queda brusca na produção do cereal de mais de 30 milhões de toneladas no ciclo 2022/23, motivada principalmente pelos problemas climáticos que os norte-americanos vêm enfrentando. A União Europeia também tem sofrido com condições climáticas adversas e deve ter sua produção reduzida em cerca de 15 milhões de toneladas. No caminho oposto, a produção brasileira deve crescer 10 milhões de toneladas no ciclo 2022/23.

Projeções de outubro para o consumo global de milho na safra 2022/23

O departamento norte-americano de agricultura (USDA) trouxe em sua projeção de outubro uma demanda de 1,175 bilhão de toneladas de milho, com uma pequena queda em relação ao que foi projetado em setembro. 

EUA e União Europeia tiveram reduções significativas em comparação à safra 2021/22, com uma retração de 11,1 e 4,4 milhões de toneladas respectivamente. Enquanto isso, China e Brasil devem ter seus índices de consumo interno crescendo neste ciclo, com acréscimo de 4 milhões de toneladas para os dois países.

Ainda falando sobre o consumo interno brasileiro, o preço médio nacional da saca de milho ficou em R$84,06, indicando um novo crescimento, agora de 1,9%.

Projeções de outubro para os estoques globais de milho na safra 2022/23

O USDA indica uma tendência de queda nos estoques globais de milho, que devem atingir pouco mais de 301 milhões de toneladas, ou seja, uma redução de 3,3 milhões de toneladas em comparação à safra 2021/22.

Enquanto todos os principais produtores veem seus estoques de milho reduzir, o Brasil tem projeção de crescimento também para os estoques do cereal, passando de 4,7 milhões de toneladas na safra 2021/22 para 8,3 milhões de toneladas no ciclo atual que acaba de começar.

Projeções de outubro para as exportações globais de milho

As projeções do USDA para as exportações de milho na safra 2022/23 apontam para um volume de 184,8 milhões de toneladas embarcadas globalmente. Em comparação à safra 2021/22, temos uma redução de 3%, mas lembrando que ainda estamos no início do ciclo e, mês a mês, essas previsões são atualizadas de acordo com o avanço da safra.

Apesar da queda em toda a cadeia do milho nos EUA (e das exportações apresentarem redução de 5 milhões de toneladas), o país segue absoluto como maior exportador de cereal, enquanto o Brasil se consolida na segunda posição à frente dos hermanos argentinos. A Ucrânia tenta retomar a normalidade em meio ao conflito com a Rússia, mas a previsão ainda é de redução nos embarques de milho ucraniano.

Projeções de outubro para as exportações brasileiras de milho

As exportações brasileiras devem crescer – e muito – nessa safra. O relatório do departamento norte-americano de agricultura indica que os embarques do cereal devem ser de 46,5 milhões de toneladas, 12,5 milhões de toneladas adicionas em comparação com o ciclo anterior.

Entre os principais compradores do milho Brasileiro, o Irã continua na liderança, consumindo 20,9% do cereal embarcado, seguido pela Espanha, que assumiu a segunda colocação do Egito.

Essas foram as principais informações da cadeia do milho em outubro, com o que aconteceu de mais relevante no cenário nacional e mundial sobre o cereal. Continue aqui no blog para acompanhar outras informações sobre o milho e, além disso, você pode seguir a nossa página no Instagram para ter acesso a outros conteúdos sobre a marca especialista em sementes.

Fonte:

Markestrat com base em Cepea/USP.

Markestrat com base em USDA. *Atualização em 12/10/2022.

Markestrat com base em Conab. *Atualização em 10/10/2022.

Markestrat com base no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Markestrat com base em CONAB. Nota: os 9 estados selecionados correspondem a 92% da área total cultivada.