A União Europeia ganhou um capítulo na nossa série de posts sobre as projeções do mercado de milho até 2030. Isso acontece porque o bloco de países europeus produz e exporta o cereal. Então neste artigo vamos entender o histórico e as projeções do velho continente quando o assunto é o tão famoso milho. Vamos lá?
Produção de milho na União Europeia foi abaixo do consumo em 2020
Diferente das potências mundiais em produção de milho, a União Europeia está longe de ser autossuficiente quando o assunto é produzir o necessário para atender às demandas internas. Em 2020, a produção foi 20 milhões de toneladas inferior ao consumo e demandou 19 milhões de toneladas importadas. Enquanto a produção ficou na casa dos 63 milhões de toneladas, o consumo excedeu 83 milhões de toneladas e a exportação ficou em modestos 3 milhões de toneladas.

Quando analisamos no detalhe o consumo interno de milho na União Europeia, notamos que, assim como no Brasil, EUA e China, a maior parte do milho vai para a alimentação animal em forma de rações, um total de 66,4 milhões de toneladas. Os outros 16,7 milhões de toneladas consumidos pela União Europeia são distribuídos entre biocombustível (39,1%), alimentação humana (28,1%) e outros (32,8%).
A produção de milho deve crescer em ritmo acelerado na União Europeia
A produção para a próxima década deve ter um crescimento em ritmo acelerado, influenciado pelo aumento da produtividade. O crescimento deve ir de 5,8% para 7,6%, com 7,7 toneladas por hectare. Já a área cultivada deve permanecer estagnada em 8,8 milhões de hectares, muito por conta das limitações geográficas para expansão no velho continente.

Consumo de milho na União Europeia deve desacelerar no ciclo 2020-2030
Enquanto a produção deve crescer, o consumo tem perspectiva de desacelerar. A culpa é da estagnação das indústrias de produção animal e a queda do etanol de milho – este em especial deve ter uma queda de 18% quando comparado com o ciclo 2010-2030.

Perspectiva de saldo negativo entre produção versus consumo
O histórico já não é favorável e, em linhas gerais, a produção de milho na União Europeia sempre apresentou um déficit em relação ao consumo (com exceções para os anos de 2011 e 2014). As projeções seguem por este mesmo cenário e, dessa forma, o déficit de produção frente ao consumo deve ser superior ao atual, se mantendo no patamar de 17 milhões de toneladas – que devem ser supridas via importações.

Na próxima semana, traremos as perspectivas para o mercado de milho nas terras dos nossos irmãos argentinos. Enquanto isso, acompanhe os outros conteúdos sobre o mercado de milho aqui no blog e sobre o agronegócio em geral em nosso Instagram.
Fonte
Markestrat com base em OCDE-FAO Agricultural Outlook 2020-2030.