Pesquisas registram que o cereal está presente na história da alimentação mundial, há pelo menos 7.300 anos. De lá para cá, algumas coisas mudaram, como por exemplo, sua nomenclatura e forma de cultivo; porém uma coisa é certa, a história do milho é tão rica quanto o seu mercado atual.
Curiosidades e fatos
Teosinto: a origem biológica do milho
Uma descoberta de cromossomos similar ao do teosinto, uma gramínea que deu origem ao milho que conhecemos hoje, confirmou o parentesco entre as duas espécies e indicou o vale de Balsas, no sul do México, como o berço da transformação do teosinto em milho, datada entre 7 mil e 9 mil anos atrás.
Preferência mundial
O milho é oitavo alimento mais consumido no mundo, perdendo apenas para leite e derivados, trigo, arroz, batata, cerveja, açúcar e tomate. O Brasil está na quarta posição no ranking de consumo, depois dos Estados Unidos, da China e da União Europeia.
Destinação na indústria
Embora seja tão popular no preparo de alimentos, em torno de 80% do milho que o Brasil produz e não exporta é destinado à fabricação de ração animal. Os 20% que sobram, são processados e se transformam em outros produtos alimentícios e industriais.
Do etanol a fogos de artifício
Com o grão, também é possível produzir etanol, obtido tradicionalmente no Brasil a partir da cana-de-açúcar. O amido e outros compostos derivados do grão estão presentes em medicamentos, talco infantil, cosméticos, adesivos, rótulos, tecidos engomados, graxas e resinas, produtos de limpeza e fogos de artifício.
Na mesa do bar
O milho também é um dos ingredientes da paixão nacional: a cerveja. A bebida brasileira tem em sua composição, 45% de milho. Além de reduzir os custos da fabricação, esse ingrediente deixa o sabor da bebida mais leve e sutil, sendo perfeito para o consumo principalmente em dias quentes.
Etimologia do milho
A palavra milho é oriunda do latim vulgar mĭlĭum, termo oriundo do numeral mil devido à quantidade de grãos em cada espiga. O termo milho é atestado antes mesmo da introdução da espécie Zea mays na Europa, pois denominava o que em língua castelhana se chama mijo, e em português acabou por se chamar milhete ou painço.
O termo maís tem origem na Língua taína da ilha de Hispaniola, termo usado na língua portuguesa já no fim do século XX e atestado por António Galvão na sua famosa obra Tratado dos descobrimentos antigos, e modernos…, de 1563. De maís advém o termo maisena.
Em Portugal, no século XVIII, era conhecido por milho zaburro, milho grande, milho graúdo, milho maís, milhão, milho grosso e milho de maçaroca.
As populações ameríndias do Brasil de língua tupi conheciam o milho por nomes como avati, auati e abati.
Segundo Mary Poll, em trabalho publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, os primeiros registros do cultivo do milho datam de há 7300 anos, tendo sido encontrados em pequenas ilhas próximas ao litoral do México, no Golfo do México. Vestígios arqueológicos de milho encontrados na caverna Guila Naquitz no Vale de Oaxaca datam de há cerca de 6250 anos e os mais antigos restos em cavernas de Tehuacán são de há cerca de 5450 anos.
Começando por volta de 2500 a.C, o cultivo de milho começou a se espalhar fora da Mesoamérica para outras partes do Novo Mundo. Seu nome de origem indígena caribenha significava “sustento da vida”. O milho foi o alimento básico de várias civilizações importantes ao longo dos séculos; os Olmecas, Maias, Astecas e Incas reverenciavam o cereal na arte e religião.
O plantio de milho na forma ancestral continua a praticar-se na América do Sul, principalmente em regiões pouco desenvolvidas, no sistema conhecido no Brasil como de roças. No final da década de 1950, por causa de uma grande campanha em favor do trigo, o cereal perdeu espaço na mesa brasileira. Atualmente, embora o nível de consumo do milho no Brasil venha crescendo, ainda está longe de ser comparado a países como o México e aos da região do Caribe.